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quarta-feira, 20 de julho de 2011

A ética de Salomão e a copa do mundo.

Pronto! Agora sim este tal de Olavo enlouqueceu de vez! Que tem a ver o rei Salomão, o homem mais sábio de toda a história e a copa do mundo? Esta deve ser uma das atitudes dos leitores ao verem o título desta postagem. Espere e eu logo explicarei o porquê desta temática em nossa reflexão de hoje.
Ultimamente tenho lido o livro de Reis. Estou no segundo volume destes compêndios históricos constante em nossas Bíblias. Mas observando os textos atentei para algo que por várias vezes podemos ler e não perceber. É algo que encontramos em 1° Reis 6:2 podemos ver as medidas da casa que Salomão edificou ao SENHOR. Veja o que diz o texto:

“A casa que e rei Salomão edificou ao Senhor era de sessenta côvados de comprimento, vinte côvados de largura, e trinta côvados de altura.”


Interessante não? Um versículo que mostra exatamente as medidas da casa (ou templo) que Salomão edificou ao SENHOR Deus. O restante do capitulo 6 é voltado somente para descrever a construção deste templo, a aquisição dos materiais, os ricos detalhes e até mesmo o posicionamento de Deus com relação a esta edificação (ver 1° Reis 6:11 – 13). Com certeza era uma edificação suntuosa e que o mundo nunca mais deve ter visto outra igual (e nunca verá! Nem adianta determinadas denominações tentarem).
Mas o que me chamou a atenção não foi nada do citado no capítulo 6, mas sim os dois primeiros versículos do capítulo 7. Vejamos o que eles nos dizem:

“Porém a sua casa edificou Salomão em treze anos; e acabou toda a sua casa. Também edificou a casa do bosque do Líbano de cem côvados de comprimento, e de cinqüenta côvados de largura, e de trinta côvados de altura, sobre quatro ordens de colunas de cedro, e vigas de cedro sobre as colunas.”

O que me deixou intrigado neste texto é que Salomão construiu para si uma edificação praticamente duas vezes maior do que a que ele edificou a Deus. E analisando mais profundamente o texto podemos ver também que ele gastou praticamente o dobro de tempo na edificação das instalações feitas para seu próprio deleite. Isso acontece constante mente conosco quando não entregamos a Ele as primícias de tudo em nossas vidas. O melhor de nosso tempo, o melhor de nossos talentos, o melhor de nossa vida. Um grande exemplo de homem que prezava por dar ao SENHOR o melhor em tudo é Jonathan Edwards. Podemos ver isso claramente em suas Resoluções (o manual prático para um puritano), onde Edwards preocupa-se em entregar-se de tal forma que policiava até mesmo seu comer, beber, dormir, as relações com os seres irracionais e seu tempo.
É sem dúvida a postura que devemos ter! Em primeiro lugar, em lugar de destaque e no melhor lugar em nossas vidas sempre deve estar as coisas para o SENHOR e seu reino, “porque, onde está o vosso tesouro, aí também está o vosso coração”. Lucas 12:34.
Mas o que isso tem a ver com a copa do mundo? Uma convicção que tenho é que nossa pátria não é neste mundo com certeza e nem o reino de Cristo nesta terra, assim como acredito que a cosmovisão reformada é suficientemente completa para atingir todas as áreas da ciência, manifestações artísticas (graça comum), vida em família, sociedade e política de tal forma que temos que ter opinião formada sobre uma vasta gama de segmentos da atuação humana.
Desta forma ponderei sobre a copa do mundo em nosso país e a forma como Salomão aplicou os recursos que ele tinha na construção do templo e de sua própria casa. Salomão cometeu um grave erro que foi gastar mais tempo, material e mão de obra em algo “sem importância” ou, que no mínimo merecia bem menos esforço deixando de lado, ou relegado ao segundo plano, o que seria de mais vital interesse (o templo).
Vemos hoje acontecer o mesmo em nosso país. O governo empenhou-se em trazer para nossas terras tupiniquins dois grandes eventos: a copa do mundo e as olimpíadas. Mas precisamos disso? Será que nosso governo federal não está fazendo como Salomão? Não temos outras prioridades? Recentemente fui assistir ao telejornal e fiquei abismado com a quantidade de crimes, ataques a carros em semáforos de São Paulo, caos em hospitais do Distrito Federal, enchentes no nordeste, pessoas morrendo de frio no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, crianças analfabetas e drogadas mendigando nas ruas de Belo Horizonte.
Será que estas coisas não são muito mais importantes de serem resolvidas do que construir estádios que ficaram sucateados ou sendo grandes buracos sem fundo para o erário público após os eventos? Claro que a vinda destes eventos traz consigo uma melhoria nos aeroportos, serviços de hospedagem, empregos sazonais e etc. Mas não acho que estes benefícios sejam suficientes para cobrir os gastos pré-copa e pós-copa.
Resumindo meu raciocínio, sei que não podemos comparar o Templo do Senhor com a construção de uma escola ou hospital, mas tratando de dinheiro estatal e do fato de não sermos um estado cristão, acho que é uma forma bíblica de vermos os erros de nossos governantes. O mesmo erro salomônico: Investimento errado... Na coisa errada!
Cabe a nós cristãos orarmos. E muito! Para que estes eventos sejam de valia para nosso país e cuidarmos para que, na administração de nossas vidas, não façamos como nosso governo, lembrando sempre de que o melhor em tudo não pertence a nós e nem destinasse ao nosso bel prazer, mas unicamente ao SENHOR!

Graça e paz. Sempre!

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